Socorro Martínez
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“Este documento não me desafia, não me mobiliza”, comentou a religiosa mexicana Socorro Martínez, referindo-se ao Instrumentum laboris para a segunda sessão da Assembleia Sinodal a ser realizada em outubro próximo em Roma, em vista do proceso do Sínoda sobre a sinodalidade.

 

A primazia do povo de Deus

“Me chama a atenção a insistência na tríade papa, bispos, sacerdotes“, continua Socorro Martínez, embora “também falemos do Povo de Deus” e desde o Concílio Vaticano II se insiste que “todos e todas temos um lugar, somos parte deste grande povo, incluindo esta tríade, mas dentro do Povo de Deus”, afirma.

“Diante de um movimento que quer participação”, até mesmo uma “reforma da Igreja”, isso deve ser uma prioridade. “É necessário avançar se a Igreja quiser realmente ser um sacramento de salvação no mundo de hoje”, insiste.

Escutar: dom e tarefa

Por outro lado, a ênfase em escutar é “extremamente valioso”, diz ela. “É um dom e uma tarefa permanente que não é nada fácil”, levando em conta “as diferenças que nos caracterizam” em um mundo que é tão plural quanto conflituoso.

Portanto, ser um Povo de Deus onde convergen a unidade na diversidade é um desafio, ainda mais “quando somos um corpo muito diverso”.

Carismas e ministérios

Sobre à referência do documento aos carismas e ministérios, Socorro argumenta que o texto “fica aquém”, uma vez que “estamos diante de uma grande oportunidade” de “empregar os dons que Deus nos deu para o bem comum, para a humanidade”.

Por fim, outro elemento ausente do documento é “o povo pobre de Deus ‘in credendo‘”, que “é a maioria e são aqueles que se movem pela fé e por um mundo melhor… doando suas vidas”, conclui.

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