O teólogo Ignacio Madera Vargas explica que a sinodalidade é um conceito que ganhou grande relevância na Igreja Católica nos últimos anos. Além disso, é um verdadeiro estilo de vida que nos convida a caminhar juntos, a ouvir-nos e a discernir para agir.
Neste sentido, o Sínodo sobre a Sinodalidade, realizado em Roma de 2021 a 2024, foi uma experiência de reflexão sobre o significado e a aplicação deste princípio.
O que significa sinodalidade?
Madera ensina que o termo “sínodo” vem do grego synodos, que significa “caminhar juntos”. Mas não se trata apenas de compartilhar uma jornada, mas de percorrê-la em espírito de escuta e discernimento mútuos: “Quando falamos de sinodalidade, não nos referimos apenas a uma questão religiosa, a uma questão das igrejas, mas a qualquer estrutura, qualquer instituição, que possa experimentar a sinodalidade: em casa, se não caminhamos juntos; nos negócios, se não há comunhão, não há comunidade, não há unidade; na vida cotidiana; nas amizades, se não ouvimos uns aos outros, se não nos desarmoniamos; e na sociedade, se seguimos a mídia e as novas tecnologias da informação de forma crítica, não estamos vivendo uma experiência sinodal”.
A sinodalidade é, portanto, “uma maneira de ser, agir, pensar, valorizar e julgar”, afirma Madera. Em qualquer estrutura, a sinodalidade se torna um modelo de coexistência baseado no diálogo, na colaboração e na tomada de decisões conjuntas.
Ouvir vs. Escutar
Um dos aspectos da sinodalidade é a escuta ativa. Ouvir não é a mesma coisa que escutar. Ouvir é simplesmente perceber sons, enquanto escutar envolve compreender, internalizar e responder conscientemente.
Em um mundo saturado de ruído e mensagens rápidas, a capacidade de realmente ouvir os outros se torna um ato revolucionário e transformador, explica Madera.
Além disso, o Papa Francisco insistiu que a sinodalidade é o caminho que a Igreja deve seguir no século XXI. Não é uma estrutura de poder hierárquica, mas sim um local de encontro onde todos, do mais humilde ao mais alto líder, desempenham um papel importante na construção do Reino de Deus.
A humanidade deve ser capaz de viver uma sinodalidade
“A humanidade deve ser capaz de viver uma sinodalidade. O quanto as pessoas ouvem umas às outras? O quanto os líderes políticos ouvem? O quanto os líderes religiosos ouvem? O quanto eles discernem? O quanto eles estão buscando a unidade?” pergunta Ignacio Madura, referindo-se à fragmentação do mundo de hoje, que é reflexo da falta de escuta e discernimento compartilhado.
“A sinodalidade é, portanto, caminhar juntos pelos caminhos da vida, discernindo a luz dos sinais dos tempos que vivemos, para agir, para nos comprometer na busca de criar uma unidade comum cada vez maior entre os seres humanos”, afirma.
A sinodalidade nos convida a ser mais humanos, a nos comprometer com os outros e a trabalhar por uma sociedade onde todos tenham voz e participação.
A sinodalidade é um modo de ser
Ignacio Madura destaca que a sinodalidade é uma forma concreta de viver o Evangelho e transformar a sociedade: “Então, a sinodalidade é muito mais que uma moda passageira; é muito mais que um tema; é uma forma de ser, uma forma de viver. Aqui, Nacho quer convidá-lo a começar um processo de formação para que você também possa ser uma mulher sinodal, um homem, um jovem, uma criança, uma família, uma paróquia, uma igreja local, como a diocese”, diz Madera.
“Coragem! E viva o espírito, a letra e o modo de ser que a sinodalidade nos pede na vida de cada um de nós”, conclui “Nacho diz” em seu canal do YouTube, explicando sobre a sinodalidade.
https://youtu.be/u5wu88Aaxsc?list=PLy1dHrCk6hsvAIJPtOeQ4xukajwN03F7z
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