Como parte da nova etapa do caminho sinodal, focada em colocar em prática as diretrizes emanadas do processo do Sínodo da Sinodalidade, o Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) convocou na última quinta-feira, 19 de dezembro, a primeira reunião da comissão encarregada de colaborando na implementação do Documento Final do Sínodo na América Latina e no Caribe.
Com a conclusão da segunda fase do Sínodo, centrada no discernimento dos pastores, as Igrejas locais e regionais são chamadas a implementar as indicações contidas no Documento Final. Como expressou o Papa Francisco, este processo requer adaptações contextuais, acompanhadas de um discernimento contínuo e de decisões alinhadas com os regulamentos eclesiais e com o próprio Documento.
A comissão, que inicialmente coordenou o processo sinodal no continente, ampliou a sua composição para incluir novos representantes de vários órgãos eclesiais, reforçando o seu carácter inclusivo e sinodal.
Uma comissão diversificada e representativa
Entre os membros desta comissão estão: Card. Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (Brasil) e presidente do Celam; o Card. Luis José Rueda Aparicio, arcebispo de Bogotá (Colômbia) e membro do Conselho Ordinário da Secretaria do Sínodo; Mons. José Luis Azuaje, arcebispo de Maracaibo (Venezuela) e membro do Conselho Ordinário da Secretaria do Sínodo; Mons. Jaime Calderón Calderón, arcebispo de Leão e vice-presidente da Conferência Episcopal Mexicana; Bispo Charles Jason Gordon, Arcebispo de Puerto España (Trindade e Tobago); Mons. Lizardo Estrada, bispo auxiliar de Cusco (Peru), secretário geral de Celam.
Também participa: Irmã. Daniela Cannavina, secretária geral da CLAR; Mauricio López, vice-presidente do CEAMA e diretor do Programa Universidade Amazônica (PUAM); Nicolás Meyer, coordenador regional da Cáritas América Latina e Caribe; Padre Pedro Brassesco, secretário-geral adjunto do Celam; Padre Francisco Hernández Rojas, diretor do Centro de Programas em Rede e Ação Pastoral do Celam; Humberto Ortiz Roca, Diretor de Planejamento da Celam; Sônia Gomes de Oliveira, presidente do Conselho Nacional dos Leigos do Brasil; Irmã María Suyapa Cacho, Irmã Vicentina comprometida com a pastoral Afro e Garifuna Celam y Clar; Génesis Carolina Martínez, delegada da Região Caribe da Pastoral Juvenil da América Latina e Caribe; Padre Agenor Brighenti, coordenador da Equipe de Reflexão Pastoral Teológica do Celam; Padre Fabio Antunes do Nascimento, diretor do Cebitepal-Celam; Óscar Elizalde Prada, diretor do Centro de Comunicação Celam; e Guillermo Sandoval Vásquez, diretor do Centro de Gestão do Conhecimento Celam.
Durante o encontro, os participantes discutiram as iniciativas apresentadas na segunda sessão do Sínodo, em Roma, e propuseram diversas ações para a fase de implementação. Entre as prioridades identificadas estão: o Jubileu em chave sinodal, o incentivo à conversão sinodal, a contribuição para a formação sinodal, a adaptação do documento às diversas realidades e culturas, a abordagem da dimensão espiritual no processo de implementação, o aproveitamento da cultura digital e o desenvolvimento de materiais e subsídios para promover a apropriação do Documento Final.
Um caminho de discernimento
Discutiram algumas atividades que estão “em andamento”, como: encontros regionais das Conferências Episcopais, a equipe de Reflexão Teológica Pastoral, um número especial da revista Medellín sobre o Documento Final e um projeto sobre a sinodalização das estruturas eclesiásticas. Também diversos textos e materiais escritos por teólogos latino-americanos (coleção de livretos); mesas de conhecimento compartilhado, e o Cebitepal, que realiza diversos cursos, conversas, diplomas e até uma licenciatura canônica em “Teologia Pastoral”.
A troca durante a reunião girou em torno de três questões: De que forma esta comissão pode contribuir para a implementação do Documento Final? Que questões devem ser priorizadas no curto, médio e longo prazo? E que ações é urgente promover?
A comissão concordou com uma nova reunião para 22 de janeiro, onde se espera avançar um roteiro concreto que permitirá a coordenação de esforços em toda a região.
Horizonte sinodal
O Papa Francisco sublinhou que a fase de implementação é importante para consolidar uma Igreja sinodal. Na sua Nota anexa ao Documento Final, indicou que, embora o texto não seja normativo, compromete as Igrejas locais a adotarem decisões consistentes com os seus princípios: “As Igrejas locais e os grupos de Igrejas são agora chamados a implementar, nos vários contextos, as indicações autorizadas contidas no Documento, através dos processos de discernimento e tomada de decisão previstos na lei e no próprio Documento”.
Este processo, que será longo e desafiador, exige manter vivo o espírito sinodal e promover uma colaboração constante entre os vários organismos eclesiais. A comissão continental desempenhará um papel subsidiário, encorajando e acompanhando as Igrejas locais no seu discernimento e ação pastoral.
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