De Chiclayo ao Vaticano, o Papa Leão XIV compartilha sua experiência do processo sinodal na América Latina

De Chiclayo ao Vaticano, o Papa Leão XIV compartilha sua experiência do processo sinodal na América Latina
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Antes de ser eleito Papa Leão XIV, o então Cardeal Robert Prevost, Prefeito do Dicastério para os Bispos, concedeu uma entrevista à mídia vaticana na qual compartilhou sua experiência no processo do Sínodo sobre a sinodalidade, desde sua participação na Diocese de Chiclayo (Peru) até seu papel na Cúria Romana. Seu testemunho revela uma visão pastoral de serviço, diálogo e proximidade ao povo de Deus.

A primeira coisa que gostaria de compartilhar é a bênção de ter podido participar do Sínodo de diferentes perspectivas”, disse o cardeal. Tendo iniciado o processo sinodal como bispo no Peru e, posteriormente, como prefeito em Roma, o Papa destacou a riqueza da experiência sinodal que o levou a encontrar diversas realidades eclesiais e a valorizar o chamado para caminhar juntos como Igreja.

Bispos sinodais: pastores que caminham com o Povo de Deus

Um dos pontos centrais da entrevista foi o papel dos bispos na renovação sinodal. À luz do apelo do Papa Francisco para nomear pastores “que caminhem com o povo”, o Card. Prevost enfatizou que “o sínodo está produzindo um convite à conversão, ao reconhecimento da importância de ser uma Igreja que escuta, dialoga e promove uma experiência de caminhar juntos“. Ele insistiu que o bispo é chamado, acima de tudo, a servir e estender a mão aos que estão mais distantes.

Recordando uma imagem pastoral eloquente, ele disse: “O bispo é chamado a servir, a aproximar-se das pessoas e a procurar aqueles que estão um pouco distantes… o bispo caminha à frente para liderar, caminha ao lado das pessoas e também, às vezes, tem que empurrar por trás”. É uma liderança baseada não no poder, mas na proximidade, no testemunho de vida e na abertura às feridas e esperanças das comunidades.

O bispo deve estar com o povo, escutando, compreendendo sua realidade, abrindo os olhos para o sofrimento de tantas pessoas, de tantas comunidades, e dando tudo para estar com elas, para compartilhar a fé, para anunciar Jesus Cristo no meio do mundo e, nesse sentido, para encorajar com esperança o povo de Deus onde quer que seja chamado a servir”, enfatizou.

Renovando as Conferências Episcopais a partir do Espírito

O agora Pontífice também refletiu sobre o papel das conferências episcopais em uma Igreja sinodal. Reconhecendo que existem várias formas de organização, algumas com apenas três membros e outras com centenas. Ele afirmou que “os estilos de conferência podem mudar”.

Ele apreciou o fato de as Conferências incluírem a “Conversação no Espírito” como um método comum nas reuniões entre bispos. Essa prática, segundo ele, fortalece a comunhão, a fraternidade e o discernimento conjunto.

Ouvir para curar polarizações

Questionado sobre como caminhar para uma Igreja missionária centrada na escuta, em meio a uma sociedade que vive tensão e polarização, o Santo Padre disse: “O sínodo é aquele grande convite à conversão que pode servir para convidar outros ao diálogo, à escuta e à busca conjunta do bem do povo e da mensagem do Evangelho”. Deixando claro que a sinodalidade é uma forma de ser uma Igreja capaz de testemunhar a paz, a escuta e a unidade em um mundo dividido.

O testemunho do então Cardeal Robert Prevost ressoa ainda mais fortemente hoje porque representa esperança para a Igreja na América Latina e no Caribe. Uma Igreja que pensa a partir das periferias, que aprende com seu povo, que abraça a diversidade.

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