Num gesto de continuidade com os passos do processo sinodal e o seu impulso para uma Igreja mais participativa, o Papa Leão XIV nomeou a Irmã Tiziana Merletti como Secretária do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Este evento é visto como um momento histórico no caminho para uma maior presença feminina nos níveis decisórios da Igreja.
Irmã Tiziana Merletti, do Instituto das Irmãs Franciscanas dos Pobres, sucede à Irmã Simona Brambilla, que ocupou o mesmo cargo de outubro de 2023 a janeiro de 2025 e que atualmente é Prefeita do Dicastério. O pró-prefeito da organização é o cardeal salesiano Ángel Fernández Artime.
A serviço da vida consagrada
Nascida em Pineto (Itália) em 1959, Irmã Tiziana ingressou na congregação em 1986. Ela é formada em Direito pela Universidade “Gabriele d’Annunzio ” de Teramo e doutora em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense.
Foi Superiora Geral do seu Instituto entre 2004 e 2013 e atualmente leciona Direito Canônico na Pontifícia Universidade Antonianum, além de colaborar como canonista na União Internacional das Superioras Gerais (UISG).
Esta nomeação reflete o reconhecimento de sua experiência acadêmica, jurídica e de liderança na vida consagrada feminina, bem como um compromisso eclesial com o chamado do Sínodo sobre a Sinodalidade para abrir mais espaços de corresponsabilidade para as mulheres em todos os níveis.
O Documento Final do Sínodo e o papel das mulheres
O Documento Final do Sínodo da Sinodalidade, aprovado em outubro de 2024, sublinha claramente: “A necessidade de uma conversão nas relações diz respeito inequivocamente às que existem entre homens e mulheres. (…) As recorrentes expressões de dor e sofrimento por parte das mulheres em todas as regiões e continentes (…) revelam com que frequência deixamos de viver relações que respeitem a igual dignidade e a reciprocidade”.
Esta nomeação, portanto, é uma resposta concreta ao chamado sinodal de “caminhar juntas” em uma Igreja onde as mulheres, tanto consagradas quanto leigas, são reconhecidas como protagonistas ativas da missão eclesial.
Rumo a uma Igreja sinodal
A Igreja celebra esta notícia como um sinal de esperança e de transformação dentro de uma Igreja que, como afirmou o próprio Documento Final, é chamada a ser “uma comunidade que testemunha o plano de Deus de unir a si toda a humanidade na liberdade e na comunhão”.
A Irmã Tiziana Merletti assume esta responsabilidade num contexto eclesial em que a vida consagrada é chamada a renovar as suas formas de presença, serviço e testemunho, especialmente entre os pobres, as mulheres, os povos indígenas e as periferias humanas e existenciais do mundo.
Esta nomeação confirma, mais uma vez, que o processo sinodal iniciado pelo Papa Francisco continua a dar frutos concretos na vida da Igreja.
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