Celam trabalha na recepção do Documento Final do Sínodo na América Latina e no Caribe

Celam trabalha na recepção do Documento Final do Sínodo na América Latina e no Caribe
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O Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam) tem sido um ator importante no processo do Sínodo da Sinodalidade, acompanhando cada etapa desde o seu lançamento em Roma, em outubro de 2021. Durante a 128ª Assembleia Plenária dos Bispos do Peru, Monsenhor Lizandro Estrada Herrera, Secretário Geral do Celam, fez um relato do caminho percorrido e das projeções para a fase de implementação do Documento Final na América Latina e o Caribe.

Dom Estrada explicou que a fase inicial de consulta ao Povo de Deus, estruturada a nível diocesano, nacional e continental, foi muito valiosa na escuta ativa dentro da Igreja. Em outubro de 2023 e 2024 foram realizadas sessões de discernimento pastoral, culminando com a aprovação do Documento Final pelo Papa Francisco. O Pontífice sublinhou que o texto não tem caráter normativo, mas estabelece uma orientação que exige discernimento e decisões coerentes nas Igrejas locais.

Nas palavras de Dom Lizardo Estrada, a terceira fase do processo, chamada “recepção”, é essencial para consolidar uma Igreja verdadeiramente sinodal. Esta etapa, que visa implementar as indicações do Documento Final, requer um planeamento cuidadoso e uma abordagem flexível, adaptada às realidades locais.

Espiritualidade sinodal

Para acompanhar esta fase –explica Dom Estrada–, o Celam ampliou a equipe de trabalho, incorporando bispos, sacerdotes e leigos de diversas regiões e âmbitos pastorais. Durante a sua primeira reunião, em dezembro de 2024, foram estabelecidos objetivos claros: incentivar, divulgar e apoiar a recepção do documento sinodal, especialmente nas comunidades mais simples e nos grupos menos envolvidos.

Da mesma forma, Dom Estrada afirma que o Celam lançou iniciativas concretas para promover a reflexão e a formação em torno da Sinodalidade. Entre eles, destaca a criação de materiais pedagógicos e teológicos, como um acervo de 37 cartilhas que abordam diversos aspectos pastorais. Além disso, foram elaborados cursos e diplomas para 2025, que incluem temas como planejamento pastoral, catequese, missão digital e formação em chave sinodal.

Segundo Dom Estrada, a espiritualidade sinodal é um aspecto central nesta etapa, concebida como um chamado à conversão e um modo de estar na Igreja. Além disso, destaca que o espírito sinodal deve permear todas as estruturas eclesiais, desde as conferências episcopais às paróquias, promovendo uma reforma autêntica baseada na comunhão e na participação.

A sinodalidade não é uma moda

A Equipe de Reflexão Teológica Pastoral, por sua vez, está trabalhando em uma edição especial da revista Medellín e em projetos que oferecem chaves para “sinodizar” as estruturas eclesiais. Está também contemplada a possibilidade de realizar uma segunda Assembleia Eclesial e nem sequer está descartada uma nova Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano.

Neste caminho, o Papa Francisco expressou: a sinodalidade não é uma moda, mas uma forma de ser Igreja. Este longo e complexo processo não está isento de desafios, mas os primeiros vestígios de sinodalidade já estão a ser recolhidos e divulgados como exemplo para outros.

Com foco na escuta, no discernimento e na ação conjunta, o Celam convida todas as comunidades eclesiais a serem parte ativa deste processo. A sinodalidade é uma visão para construir uma Igreja mais próxima, mais inclusiva e participativa.


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