A Conferência Eclesial da Amazônia ( Ceama ) caminha para a construção do Plano Apostólico Sinodal para a Amazônia (PAS) 2026-2030, com o lançamento das Conversações Territoriais.
Esses espaços de escuta e diálogo visam fortalecer a missão evangelizadora na região, o compromisso da Igreja com os povos amazônicos e o cuidado com a nossa Casa Comum.
As Conversas Territoriais fazem parte do itinerário de escuta e discernimento que orientará a formulação do Plano Apostólico Sinodal. Por meio desses encontros, a Ceama busca consolidar uma Igreja com identidade amazônica, extrovertida e comprometida com a realidade do território.
Construindo uma agenda comum
Durante esses encontros, delegados e membros dos países amazônicos trabalharão na construção de uma agenda comum, abordando cinco áreas principais: Apresentação dos membros: Espaço para reconhecimento e fortalecimento do networking entre os delegados.
Plano Apostólico Sinodal da Ceama: Explicação da metodologia, etapas e cronograma do processo para 2025; Plano de trabalho da Secretaria Executiva da Ceama, socialização das principais linhas de ação da pastoral e da missão socioambiental.
Ouvir as vozes do território, dialogar sobre as realidades, desafios e esperanças das comunidades amazônicas; e a distribuição de tarefas para os delegados em cada país, definindo papéis e responsabilidades para garantir o acompanhamento e a continuidade do caminho sinodal.
Igreja Profética a serviço da Amazônia
Este processo de escuta sinodal da CEAMA demonstra o compromisso de uma Igreja inserida na realidade amazônica, caminhando ao lado de seus povos e assumindo os desafios do território. Em um contexto de crise climática, avanço de projetos extrativistas e ameaças aos direitos dos povos indígenas, esses encontros serão um espaço fundamental para desenvolver respostas pastorais em comunhão com as comunidades.
O calendário das Conversas Territoriais inclui: Bolívia e Brasil – Grupo 1, quinta-feira, 27 de março; Equador e Colômbia, sexta-feira, 28 de março; Venezuela e Antilhas, quinta-feira, 3 de abril; e Peru e Brasil – Grupo 2, sexta-feira, 4 de abril.
Os encontros serão um passo em direção ao Encontro dos Bispos da Amazônia, previsto para 17 a 20 de agosto, e à Assembleia Geral da Ceama, prevista para 20 a 23 de agosto, onde será consolidado o Plano Apostólico Sinodal para os próximos anos.
Marcelo Lemos sobre os objetivos do Plano Apostólico Sinodal
Em entrevista ao Observatório Latino-Americano de Sinodalidade, Marcelo Lemos, secretário executivo da CEAMA, detalhou os objetivos e prioridades do primeiro Plano Apostólico Sinodal.
Lemos explicou que o Plano é uma iniciativa transformadora que responde a vários processos sinodais recentes, como o Sínodo da Amazônia de 2019 e o Sínodo sobre Sinodalidade (2021-2024).
“O contexto da pandemia da COVID-19 tem motivado a Igreja a responder de uma nova forma aos desafios pastorais e missionários na região amazônica, com a convicção de que, assim como o Senhor faz novas todas as coisas, a Igreja também deve se renovar continuamente em sua missão”, expressou Lemos.
Ceama navega na sinodalidade
Como uma nova organização internacional vinculada à Santa Sé, a Ceama trabalha em unidade com diversas organizações eclesiais que apoiaram sua fundação, como Celam, Caritas América Latina e Caribe, CLAR e Repam.
O Plano Apostólico Sinodal visa revisar, a partir de uma perspectiva sinodal e missionária, os documentos que regem as relações entre bispos, vida consagrada e grupos eclesiais. Isso inclui valorizar os carismas de todos os membros do Povo de Deus.
Plano Apostólico Sinodal da Ceama tem como foco responder aos desafios pastorais específicos da Amazônia: Fortalecer a unidade eclesial em um território marcado pela diversidade cultural, social e religiosa; promover a evangelização e a missão, considerando os contextos de exclusão e marginalização que afetam os povos amazônicos; desenvolver a gestão pastoral sinodal, integrando a participação de todas as comunidades e agentes eclesiais na tomada de decisões.
Áreas prioritárias do Plano
“O Plano não pretende impor uma estrutura fechada, mas sim se constrói a partir da escuta, do discernimento e da busca dos melhores caminhos para sua implementação na região amazônica”, disse Lemos.
Algumas das áreas prioritárias incluem a defesa da vida e do território, a promoção do cuidado da nossa Casa Comum e o apoio aos povos indígenas e comunidades vulneráveis. Formação e acompanhamento pastoral, garantindo processos de educação na fé adaptados às realidades amazônicas.
Participação eclesial inclusiva, fortalecendo a sinodalidade por meio da colaboração entre leigos, religiosos e clérigos. E a promoção de direitos e justiça social: focada na dignidade dos povos amazônicos e na denúncia de situações de injustiça.
O Plano encontra-se atualmente em fase inicial e seu desenvolvimento seguirá até agosto de 2025, quando uma primeira versão deverá ser apresentada na Assembleia da Ceama. “Queremos uma Igreja que seja verdadeiramente um sinal de esperança e renovação para a região e o mundo“, disse Lemos.
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