Esta manhã, 19 de maio, o Papa Leão XIV recebeu representantes de várias Igrejas, comunidades eclesiais e religiões do mundo no Palácio Apostólico. O encontro, realizado para marcar o início de seu ministério petrino, concentrou-se na visão de uma Igreja sinodal, aberta ao diálogo ecumênico e inter-religioso, seguindo os passos do pontificado de Francisco.
Em seu discurso, o Papa Leão XIV enfatizou a continuidade da proposta de fraternidade universal promovida por seu antecessor: “O Papa da Fratelli tutti promoveu tanto o caminho ecumênico quanto o diálogo inter-religioso… cultivando as relações interpessoais de modo a valorizar sempre o aspecto humano do encontro”, lembrou o novo pontífice, pedindo que esse legado seja preservado.
Sinodalidade a serviço da unidade
O foco de sua mensagem girou em torno da sinodalidade, entendida como um caminho compartilhado entre crenças, povos e culturas. O Papa Leão XIV enfatizou que “a sinodalidade e o ecumenismo estão intimamente relacionados” e afirmou “sua intenção de continuar o compromisso do Papa Francisco em promover o caráter sinodal da Igreja Católica e em desenvolver formas novas e concretas para uma sinodalidade cada vez mais intensa na esfera ecumênica”.
Recordando o lema episcopal que orientou o seu caminho —In Illo uno unum—, expressão tirada de Santo Agostinho, o Papa afirmou que “a nossa comunhão realiza-se na medida em que convergimos para o Senhor Jesus”. Por isso, definiu como prioridade do seu pontificado a restauração da comunhão plena e visível entre os cristãos: “Somos chamados a rezar e a trabalhar juntos… passo a passo, rumo a uma meta que será sempre obra do Espírito Santo“, sustentou.
“Hoje é o momento do diálogo e da construção de pontes”
Mantendo sua ênfase sinodal, o Santo Padre ampliou seu olhar para incluir outras tradições religiosas, expressando especialmente sua gratidão pela presença de líderes judeus e muçulmanos. Ele enfatizou que o respeito, a liberdade de consciência e o diálogo sincero são as bases para construir pontes. Citando Nostra aetate, reiterou o valor do “diálogo teológico entre cristãos e judeus” e destacou o crescente compromisso com os muçulmanos, que “adoravam o Deus único, vivo e misericordioso”.
“Hoje é um tempo de diálogo e de construção de pontes”, disse o Papa, ecoando os conflitos atuais. Ele também elogiou o papel do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso e celebrou o trabalho conjunto “pela paz, pelo bem da humanidade e pelo cuidado da nossa casa comum”.
Em uma passagem fundamental de seu discurso, o Pontífice propôs uma aliança global pela justiça e pela paz: “Se estivermos unidos e livres de restrições ideológicas e políticas, podemos ser eficazes em dizer ‘não’ à guerra… e ‘sim’ ao desenvolvimento integral”, disse ele, afirmando que cada tradição religiosa contribui com “sabedoria, compaixão e compromisso”, e que somente por meio de gestos de fraternidade será possível um mundo mais pacífico.
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