O Observatório Latino-Americano de Sinodalidade lança seu primeiro relatório sobre atualidades, marcando um marco no estudo e monitoramento dos processos sinodais na região: “Conjuntura e reflexão teológica sobre da população afrodescendente na América Latina e no Caribe”.
Este documento oferece uma análise detalhada da realidade da população afrodescendente na Igreja e na sociedade latino-americana, fornecendo dados para compreender os desafios e avanços em termos de inclusão e participação.
Estatísticas preocupantes
O relatório destaca que a população afrodescendente na América Latina e no Caribe representa aproximadamente 21% do total, o equivalente a mais de 134 milhões de pessoas, segundo dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). No entanto, essa população enfrenta desigualdades significativas em educação, emprego e acesso a direitos básicos, o que exige uma resposta estrutural e pastoral mais comprometida.
Um dos dados mais preocupantes do estudo é que apenas 15% dos afrodescendentes da região alcançam níveis de educação superior, em comparação com 28% do restante da população. Além disso, 35% da população afrodescendente vive na pobreza, superando a média geral da América Latina, que é de 29%.
No nível de emprego, os afrodescendentes apresentam maior índice de informalidade e baixa renda em comparação a outros grupos populacionais, o que evidencia a necessidade de políticas inclusivas tanto em nível governamental quanto eclesiástico.
A relação da Igreja com as pessoas de ascendência africana
O documento também examina o papel da Igreja na promoção da sinodalidade entre pessoas de ascendência africana. Por meio de uma análise teológica, são abordadas as implicações pastorais e os desafios pendentes na construção de uma Igreja verdadeiramente inclusiva.
A Igreja emitiu diversas declarações em favor da dignidade da população afrodescendente, desde a encíclica Sublimis Deus (1537), que condenava a escravidão, até documentos recentes como Fratelli Tutti (2020), que clama pela fraternidade universal. No entanto, o relatório observa que ainda há desafios na implementação de uma pastoral afrodescendente mais sólida e na superação de preconceitos históricos que têm limitado sua plena integração à vida eclesial.
O estudo destaca iniciativas específicas promovidas pela Igreja em vários países, como programas educacionais, formação de lideranças afrodescendentes e espaços de reflexão teológica sobre a identidade e os direitos dessas comunidades. Nesse sentido, propõe-se uma pastoral mais ativa, que reconheça e valorize a riqueza cultural e espiritual dos afrodescendentes no seio da Igreja.
Os autores
O relatório foi elaborado por uma equipe de especialistas em teologia, sociologia e estudos afrodescendentes: Diego Andrés Mora Arenas, Ignacio Madera Vargas SDS e Irmã María Suyapa Cacho FdC, que trabalharam na coleta e análise de dados-chave para oferecer uma visão integral da realidade desta população no âmbito do Sínodo da Sinodalidade. A direção editorial ficou a cargo de Alejandro Ortiz e Óscar Elizalde Prada.
O Observatório Latino-Americano de Sinodalidade convida todos os interessados a ler o relatório “Conjuntura e reflexão teológica sobre da população afrodescendente na América Latina e no Caribe” e a compartilhá-lo com a comunidade.
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