A Sala Paulo VI, onde está sendo realizada a Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, foi rejuvenescida na tarde de sexta-feira. 150 jovens de várias universidades de todo o mundo se reuniram com quatro membros da Assembleia Sinodal: o Secretário Geral do Sínodo, Cardeal Mario Grech, o Relator Geral, Cardeal Jean Claude Hollerich, o Bispo de Browsville (Estados Unidos), Daniel Ernesto Flores, e a Irmã Leticia Salazar, Chanceler da Diocese de San Bernardino (Estados Unidos).
Ser uma Igreja que escute os jovens
Os jovens fizeram algumas perguntas, começando com a melhoria dos processos de escuta, ao que o Cardeal Grech destacou o convite do Papa Francisco para ser uma Igreja sinodal, para escutar, uma dinâmica presente na vida da Igreja nos últimos anos. Nesse sentido, o Papa é alguém que prega pelo exemplo, tendo realizado vários encontros com jovens nos últimos anos por meio do projeto Building Bridges, no qual se reuniu com estudantes universitários de diferentes continentes.
Para os jovens, é importante a proximidade da Igreja com aqueles que foram feridos e com aqueles que estão fora da Igreja, bem como com aqueles que participam de várias maneiras da vida da Igreja. Uma escuta que deve começar com a escuta do Espírito, algo que Hollerich vê como uma graça, um dom de Deus. A diversidade não é algo que desafia a fidelidade à tradição ou prejudica a verdade. De fato, para o Bispo Flores, escutar o Espírito não é apenas ouvir o Povo de Deus, é também escutar a tradição da Igreja.
Quando lhe perguntaram como o Sínodo passa da discussão para a ação concreta e tangível, a Ir. Salazar salientou que, quando ouvimos uns aos outros, estamos sonhando a Igreja juntos. A partir daí, ela fez com que os jovens vissem que isso não é uma ideia, é algo real: discernir juntos, viver a sinodalidade juntos. Uma dinâmica para a qual o Papa convocou toda a Igreja.
Formação nos seminários
As faculdades de Teologia e as dioceses são desafiadas a abordar questões concretas presentes em cada realidade. Nesse sentido, o bispo Flores afirmou que, em sua diocese, a migração é a nossa realidade, disse ele, o que faz da migração um problema teológico, um assunto a ser estudado. O bispo exigiu a necessidade de ir aonde as pessoas estão, de fazer a experiência, porque isso muda a perspectiva, já que ter uma pessoa real nos contando uma história real muda nossa perspectiva.
A formação nos seminários é uma questão abordada em um dos 10 grupos de estudo criados pelo Papa, lembrou o Cardeal Grech. Um instrumento importante para revisar os programas de formação, disse ele, deixando claro que os alunos precisam ser ajudados a serem mais sensíveis. Nesse campo de formação, a religiosa destacou que, além de preparar os alunos para serem profissionais, eles devem ser treinados para serem eles mesmos, para serem melhores com as qualidades que Deus lhes deu, para que possam ajudar pessoas que não tiveram as mesmas possibilidades. De fato, quando o Espírito Santo abre a porta, encontramos uma pessoa real, porque Deus é uma realidade, acrescentou Hollerich. O desafio é que a educação, o estudo da Teologia, nos torna melhores.
Conhecer a cultura onde o Evangelho é proclamado
Sobre o diálogo inter-religioso e a sinodalidade, o Cardeal Hollerich, que foi missionário no Japão por mais de 20 anos, enfatizou a importância do diálogo em todas as suas dimensões. Em sua vida missionária no Japão, ele entendeu que, para proclamar o Evangelho naquele país, precisava estudar sua cultura e religião a fim de encontrar a melhor maneira de pregar. O Relator Geral do Sínodo lembrou que o Papa Francisco nos fala de fraternidade entre as religiões e nos diz que a justiça expressa o amor de Deus, referindo-se à justiça ecológica. Por isso, temos que caminhar juntos com todas as religiões e agir juntos pela justiça, porque isso faz parte da missão. De acordo com o cardeal de Luxemburgo, não se pode proclamar o altruísmo e viver de outra forma.